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Mineradora consegue licença para instalar laboratório inédito de testes para terras raras em MG

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Mineradora consegue licença para instalar laboratório inédito de testes para terras raras em MG


MP apura possíveis irregularidades nos pedidos de licenças ambientais em Caldas
A mineradora australiana Meteoric conseguiu a licença ambiental para instalar uma planta piloto para testar amostras de terras raras e validar os seus processos de exploração destes minérios no Sul de Minas Gerais .
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A licença, concedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em 29 de agosto, por meio da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) é a primeira do tipo no estado de Minas Gerais e tem validade de 10 anos.
Terras raras são minérios considerados estratégicos nos setores de transição energética e novas tecnologias. Esses materiais são utilizados na fabricação de produtos como telas de celulares, computadores e notebooks, equipamentos médicos e odontológicos, ímãs especiais, motores de carros elétricos e de geradores de energia eólica, entre outros.
Amostras de argila e solo com terras raras retiradas em Minas
Anova Mineração RCO Mineração
A autorização permite a construção e operação de um laboratório em Poços de Caldas. Segundo a Meteoric, a estrutura é experimental, com capacidade para processar dois quilos de carbonato de terras raras por mês, um volume bastante reduzido, voltado apenas para testes e ajustes do processo produtivo. A ideia é utilizar essa fase para calibrar a operação antes da construção da planta definitiva em Caldas e comprovar a qualidade dos minérios.

O material analisado virá de amostras já coletadas durante o processo de estudo da área que será minerada.
"A gente pretende mostrar capacidade técnica, capacitar pessoas ou operadores e também fornecer esse carbonato de terras raras para potenciais clientes fora do Brasil e, a partir daí, eles poderem identificar qual a qualidade do material que a gente pode colocar no mercado a partir de 2028", afirmou o diretor de sustentabilidade da Meteoric, Eder Santo.
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Área de extração de terras raras na região da caldeira vulcânica de Poços de Caldas
Divulgação / Meteoric Resources
Licenças são questionadas
O Ministério Público abriu um inquérito para apurar possíveis irregularidades nos pedidos de licenças ambientais. O questionamento da promotoria é que, juntamente com a autorização apresentada pela Meteoric para a instalação da planta piloto, foi apresentado um pedido de licenciamento feito por outra empresa para se criar uma cava temporária onde a mineradora australiana deverá operar.
De acordo com Santo, a empresa irá prestar os esclarecimento solicitados pelo MP por meio de documentação e apresentações dos projetos. Ele esclareceu que são duas atuações diferentes.
"Existe uma cava [cavidade aberta para mineração] que está proposta pela Monte Carmelo, que é a empresa que detém os direitos minerários em Caldas para a extração da argila que pode ser utilizada para produção de carbonato de terras raras. E da Meteoric é a planta piloto que a gente acabou de obter a licença", explicou.
Região tem uma das maiores jazidas de terras raras do mundo
Vulcão inativo no Sul de MG abriga jazida de terras raras
A região conhecida como Planalto de Poços de Caldas ou cratera de Poços de Caldas abriga uma das maiores jazidas de terras raras do mundo, com capacidade de suprir 20% da demanda global por estes minérios.
Com cerca de 800 km², a cratera, que engloba os municípios mineiros de Poços de Caldas, Andradas, Caldas, além de Águas da Prata em São Paulo, pode gerar 300 milhões de toneladas de terras raras, segundo o geólogo Álvaro Fochi, responsável por encontrar a jazida no início dos anos 2010.
Duas empresas australianas estão em adiantado processo de licenciamento para a exploração desses minérios, sobretudo nos municípios de Poços de Caldas e Caldas.
Nos anos de 2023 e 2024, la Agência Nacional de Mineração (ANM) recebeu mais de uma centena de pedidos de pesquisa de terras raras na cratera e seu entorno, o equivalente a um terço de todas as autorizações de pesquisa para estes minérios concedidas para Minas Gerais no período.
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